domingo, 1 de maio de 2011

Daniel na cova dos leões...

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quarta-feira, 16 de março de 2011

HUMANIDADE

Um homem sonhava
Uma branca casinha...
Encalejadamente a casinha branca ergueu.
Agora em sua branca casinha
O homem sonha uma casa azul
Rapidissimamente a põe de pé.
E não cessa de sonhar casas de cores outras...
Que logo vieram: uma casa laranja
Uma vermelhinha
Amarela, rosa, verde, cinza...
Uma vilinha (cidade quase)
Onde vivem homens que sonham
Suas brancas casinhas...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

PRELÚDIO



Ultimamente tenho ensaiado para a morte:
Contemplando a beleza do abismo na ponta do trampolim
Vendo a chuva corroer meu conjunto de utilidades fúteis
que consegui com tanto suor;
Indo comprar cigarros na esquina
E a cada dia um passo a mais em direção à curva
Deixando os meus a esperar instantes além
do que de costume.
Tudo para que não os perturbe demasiadamente
quando se der enfim o talvez fim.
Ensaio com afinco
Ás vezes, piso-me os pés,
Desafino notas,
Embaralho versos,
Contudo continuo...
E assim chegada a última grande estréia
Errarei todo o texto
Inexplicavelmente
E sairei de improviso, sem aplausos. (09/06/09)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Uma Prece

Não pedi para nascer
Não pedi esse pau, esses pés,
esses pais, esses peitos, esse país
Porém estou aqui
Só rogo uma coisa:
Puta que pariu
Puta que pariu
Puta que pariu essa incerteza. (21/07/09)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

UM GUERREIRO

Magma rio
Que escorre arisco
Por entre as rochas
Me forjarei em armadura
Espada e flor
Serei imbatível
ao Medo-Papão
de se entregar sem receber
e só terei vencido
Assim que amar as coisas sem depois... (05/04/09)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ainda OPTAR...

Receita de palavras para um poema

Mistura bem: p, a, r, t, o
Mistura...
Porta...
Prato...
Trapo...
Tropa...
Rapto...
Topar.
Pode-se misturar levemente
Ou alucinadamente,
Porém nunca parar de misturar... 29/05/05

sábado, 16 de janeiro de 2010

Clepsidras, ampulhetas...

Não há diferença entre clepsidras e ampulhetas, ambas "apriosionam" a sensação de que o tempo está ali em gotas ou em grãos. Tudo parece escorrer suave, mas sempre há alguma erosão no límpido vidro-cerca. Já fui ampulheta e/ou clepsidra de pessoas, com a diferença de que não era um invólucro, era flexível para que essas pessoas pudessem seguir seus rumos. No entanto, indago-me como existem outros que deixam escapar algo tão significante em suas vidas e não se dão conta, acreditam mesmo que o extraordinário estará sempre em qualquer esquina. Muitos escorreram no afunilamento do tempo, mas a erosão gravou na parede da memória versos no grande livro da vida.

P.S.: Talvez essa seja a maior lição, pois algo sempre fica. Mas acho que eu não tenha ficado na parede da memória de quem na minha jaz, como um sabor de fruta riminescente de um paraíso perdido.